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O medo da primeira audiência não é sinal de incapacidade. É consequência natural da transição entre formação acadêmica e atuação prática. A faculdade ensina teoria, enquanto a audiência exige postura, estratégia e tomada de decisão em tempo real.
O que novos advogados descobrem rapidamente é que o medo não está na audiência em si, mas no desconhecido: não saber como o juiz conduz, o que a outra parte pode falar, quando intervir, como formular perguntas e como manter o controle em um ambiente formal. A insegurança nasce mais da expectativa do que do ato.
Superar esse medo começa com uma compreensão simples: a audiência é um procedimento previsível. Existe uma ordem, um ritmo e um conjunto de comportamentos profissionais que se repetem em quase todos os casos. Quando o advogado entende essa previsibilidade, a audiência deixa de parecer um julgamento pessoal e passa a ser o que realmente é, um rito processual para produção de prova.
Outro ponto que reduz a ansiedade é perceber que ninguém espera perfeição do advogado iniciante. Juízes, servidores e colegas experientes reconhecem quem está em sua primeira audiência, e isso não diminui sua legitimidade profissional. O que realmente importa é a clareza: saber o que você quer provar, onde pretende chegar e quais pontos precisam ser registrados.
Há também um fator emocional importante. Muitos novos advogados acreditam que a primeira audiência definirá sua carreira. Não define. Ela apenas inaugura sua prática profissional. Com o tempo, as audiências se tornam rotineiras e, inevitavelmente, o medo perde força. A confiança vem da repetição, da correção e do amadurecimento, nunca da espera por se sentir completamente pronto.
A forma mais eficaz de enfrentar esse momento é adotar uma postura funcional: falar com objetividade, observar atentamente, intervir somente quando necessário e manter o foco no processo, não no próprio desempenho. A audiência não é um palco, é um ambiente técnico. Quanto mais você desloca a atenção de si mesmo para o caso, mais o nervosismo diminui.
E existe uma verdade inevitável: o único modo real de vencer o medo da primeira audiência é comparecer à primeira audiência. Nenhum curso, livro ou simulação substitui a experiência prática. A primeira será desconfortável, a segunda será menos intensa e, depois de algumas, tudo se torna natural.
Sentir medo é normal. Permanecer paralisado por ele, não. A advocacia se constrói no exercício. A primeira audiência é apenas o início de uma trajetória que, com o tempo, ganha ritmo, consistência e autoridade técnica.
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