Melhor ordem para resolver a prova da OAB: técnica dos blocos temáticos funciona?

Melhor ordem para resolver a prova da OAB: técnica dos blocos temáticos funciona?

Profa. Bruna Vieira

Introdução

Você já parou para pensar que a forma como você organiza a resolução da sua prova da OAB pode ser tão importante quanto o conteúdo que você estudou?

Ao se preparar para a 1ª fase do Exame da OAB, muitos candidatos concentram seus esforços no estudo teórico das disciplinas. Contudo, um fator frequentemente negligenciado pode exercer influência decisiva no resultado: a ordem escolhida para a resolução das questões durante a prova.

A abordagem tradicional — que consiste em seguir a sequência linear das questões, da 1ª a 80ª — pode não ser, necessariamente, a mais eficaz. O objetivo deste artigo é apresentar uma alternativa adotada com sucesso por diversos candidatos aprovados: a técnica dos blocos temáticos, cuja proposta é reorganizar a ordem de resolução com base no domínio individual das disciplinas. A seguir, serão discutidos os fundamentos dessa estratégia, suas vantagens, riscos e recomendações para sua aplicação prática.

A Lógica por trás da ordem de resolução

Ordem

O atual formato da prova de 1ª fase da OAB exige do candidato, além do conhecimento jurídico, gestão adequada de tempo, energia mental e estabilidade emocional. Iniciar a prova com uma sequência de questões mais complexas ou sobre temas pouco dominados pode comprometer o desempenho global, em razão da insegurança que esse início pode causar.

Sabe-se que o Exame de Ordem não é uma prova de velocidade, mas sim uma avaliação de resistência e estratégia. Nesse sentido, estruturar previamente uma ordem de resolução mais favorável pode maximizar o rendimento e reduzir o impacto psicológico negativo nas primeiras etapas da prova.

Em que consiste a denominada “Técnica dos Blocos Temáticos”?

A chamada técnica dos blocos temáticos consiste em dividir as disciplinas da prova em grupos distintos, organizados conforme o grau de familiaridade e domínio do candidato, por exemplo:

  • Bloco 1 – Disciplinas de alto domínio: aquelas que o candidato estuda com maior afinco ou pelas quais tem maior afinidade. Ex.: Ética Profissional, Direito Constitucional e Direito do Trabalho.
  • Bloco 2 – Disciplinas de domínio intermediário: matérias que exigem maior atenção, mas nas quais ainda há desempenho satisfatório.
  • Bloco 3 – Disciplinas de maior dificuldade: aquelas com menor índice de acertos nos simulados ou de menor frequência nos estudos.

A proposta é iniciar a resolução pela disciplina ou bloco de maior domínio (Bloco 1), progredir para o Bloco 2 e finalizar com o Bloco 3. Essa estrutura visa acumular pontos de forma estratégica desde o início da prova, elevando a confiança e otimizando o tempo.

Vantagens estratégicas da técnica

A aplicação correta da técnica dos blocos temáticos oferece uma série de benefícios, dentre os quais se destacam:

1) Ganho de pontuação imediato: ao iniciar pela(s) disciplina(s) de maior domínio, o candidato tende a garantir pontos essenciais desde as primeiras questões, o que pode representar diferença significativa na nota final.

2) Estabilidade emocional: a obtenção de acertos logo no início reduz a ansiedade e promove uma sensação de segurança. Isso contribui para uma resolução mais eficiente do restante da prova.

3) Otimização do tempo: questões cujos conteúdos são familiares tendem a ser respondidas com maior rapidez. Isso permite ao candidato reservar mais tempo para aquelas de maior complexidade.

Riscos e cuidados na aplicação da técnica

Apesar de eficaz, a técnica exige planejamento prévio e treinamento prático. Quando aplicada de forma inadequada, pode gerar consequências negativas. Entre os principais riscos estão:

1) Ruptura de raciocínio: pular de um bloco para outro ou alternar com muita frequência entre disciplinas pode prejudicar a concentração e quebrar a linha de raciocínio, comprometendo o desempenho.

2) Gestão de tempo deficiente: caso o candidato deixe uma quantidade significativa de questões para o final, há o risco de não dispor de tempo suficiente para resolvê-las adequadamente.

3) Preenchimento incorreto do gabarito: resolver as questões fora da ordem padrão exige atenção redobrada no momento de transcrever as respostas para o cartão-resposta, a fim de evitar erros de marcação.

Por isso, recomenda-se fazer o preenchimento do gabarito apenas ao final da resolução integral da prova, com máxima cautela.

A importância do treinamento antecipado

É fundamental destacar que nenhuma estratégia deve ser adotada pela primeira vez no dia da prova. A técnica dos blocos temáticos deve ser testada e ajustada durante os simulados, que devem ser realizados simulando, o mais fielmente possível, as condições reais do exame.

Ao treinar previamente com essa metodologia, o candidato poderá:

  • Identificar a melhor ordem de blocos de acordo com seu perfil;
  • Corrigir falhas operacionais (como organização das folhas, controle de tempo e marcação de gabarito);
  • Medir o impacto real da estratégia sobre sua pontuação e desempenho.

Portanto, a aplicação consciente e planejada da técnica depende diretamente da disciplina no treinamento e da autopercepção sobre o próprio desempenho em cada disciplina.

Conclusão

Em um exame com um altíssimo índice de reprovação como a 1ª fase da OAB, adotar uma postura estratégica pode representar a diferença entre a aprovação e a eliminação por poucos pontos. A técnica dos blocos temáticos apresenta-se como uma alternativa eficaz para candidatos que desejam otimizar sua performance com base em seus pontos fortes.

Ao organizar a resolução da prova de forma planejada, iniciando por disciplinas dominadas e respeitando seu próprio ritmo, o candidato reduz riscos, administra melhor o tempo e eleva sua chance de sucesso.

Contudo, para que essa técnica seja eficaz, é indispensável testá-la durante a preparação, sobretudo nos simulados. A repetição consciente e a adaptação progressiva constituem o caminho mais seguro para a aprovação.

Por fim, lembre-se: a sua aprovação depende necessariamente do conteúdo acumulado, mas também de estratégia, planejamento e execução.


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