Nunca erre a peça da segunda fase da OAB: FAÇA a Linha do tempo processual

Nunca erre a peça da segunda fase da OAB: FAÇA a Linha do tempo processual

Quantos candidatos você conhece que sabem muito bem a teoria jurídica, mas na hora da segunda fase da OAB simplesmente “travam” na identificação da peça? 

segunda fase

Esse é um problema mais comum do que imaginamos. 

A verdade é que muitos futuros advogados chegam até a prova prática com conhecimento técnico suficiente, mas acabam perdendo pontos preciosos por não conseguirem identificar corretamente qual tipo de documento processual devem elaborar.

Aqui está a boa notícia: existe um método simples e eficaz que pode resolver definitivamente essa dificuldade. 

Trata-se da técnica da linha do tempo processual, uma abordagem que funciona para todas as matérias da segunda fase e que vou explicar detalhadamente neste artigo.

Eu amo isso e indico a todos os alunos

A lógica por trás de qualquer processo jurídico

Antes de mergulharmos nas especificidades de cada área, precisamos entender algo fundamental: todo processo jurídico, independentemente da matéria, segue uma sequência lógica previsível. 

É como se fosse uma história que sempre tem começo, meio e fim, mas com algumas variações dependendo do enredo.

Imaginem qualquer conflito jurídico como uma narrativa que se desenvolve em quatro capítulos distintos. 

Cada capítulo representa um momento processual específico e gera determinados tipos de documentos. 

Quando conseguimos identificar em qual “capítulo” estamos, a escolha da peça adequada torna-se quase automática.

Os 4 momentos fundamentais

Primeiro momento – o problema surge 

Alguém identifica que tem um direito violado ou uma situação que precisa ser resolvida juridicamente. 

É aqui que nascem as famosas petições iniciais, as reclamações trabalhistas e as queixas-crime. Pensem nisso como o momento em que o personagem principal decide agir.

Segundo momento – a defesa se organiza 

A parte contrária toma conhecimento da situação e decide se defender. Surgem as contestações, as respostas à acusação e as manifestações administrativas. É quando o “vilão” da história apresenta sua versão dos fatos.

Terceiro momento – alguém decide 

Uma autoridade competente analisa tudo e toma uma decisão. Aparecem as sentenças, os acórdãos e as decisões administrativas. É o momento do “veredito” na nossa narrativa jurídica.

Quarto momento – a reação à decisão

Alguém não gosta do resultado e decide contestá-lo. Nascem os recursos, as apelações e os mandados de segurança. É quando a história ganha um novo capítulo porque o “perdedor” não aceita o fim.

O sistema de Radar: detectando palavras-chave

Agora vem a parte mais prática. 

Cada momento processual tem suas “impressões digitais” na forma de palavras e expressões específicas. Desenvolver sensibilidade para essas palavras é como ter um radar que aponta exatamente onde estamos na linha do tempo processual.

MomentoPalavras-Chave TípicasTipo de Peça
INÍCIO“procurou advogado”, “pretende ajuizar”, “quer requerer”, “deseja ingressar”Petições Iniciais
RESPOSTA“foi citado”, “notificado”, “intimado”, “prazo para contestar”Peças Defensivas
DECISÃO“foi decidido”, “sentença proferida”, “decisão publicada”, “deferiu/indeferiu”Contexto para próximo passo
REAÇÃO“não concorda”, “quer recorrer”, “discorda da decisão”, “intimado da sentença”Recursos e Impugnações

Especificidades de cada matéria

Direito Civil: o terreno mais diverso

O direito civil é como um oceano de possibilidades, mas estatisticamente falando, você tem grandes chances de encontrar apenas alguns tipos de “peixes” nessas águas…

Mas, aproximadamente 70% das questões giram em torno de cinco peças principais.

Peça ProcessualMomentoDica de Identificação
Petição InicialInício“Cliente procurou”, “quer ajuizar ação”
ContestaçãoResposta“Réu foi citado”, “prazo para defesa”
ApelaçãoReação“Não concorda com sentença”
ContrarrazõesReação“Resposta à apelação da parte contrária”
Embargos de DeclaraçãoReação“Sentença obscura/contraditória”

Direito do Trabalho: o desafio das duas fases

O processo trabalhista é único porque se divide em duas fases completamente distintas, cada uma com suas próprias regras e recursos. 

É como se fosse duas peças de teatro diferentes acontecendo no mesmo palco (os trabalhistas de plantão que me perdoem, rsrs).

Primeira Fase – conhecimento (Quem tem razão?)

SequênciaRecurso da SentençaPalavras-Chave Típicas
Reclamação → Contestação → Audiência → SentençaRECURSO ORDINÁRIO“audiência”, “contestar”, “julgar procedente/improcedente”

Segunda Fase – execução (Como cobrar?)

SequênciaRecurso da SentençaPalavras-Chave Típicas
Liquidação → Execução → Embargos → SentençaAGRAVO DE PETIÇÃO“liquidação”, “cálculos”, “penhora”, “prazo 48h”, “embargos à execução”

ATENÇÃO! Essa é a pegadinha que mais reprova gente em direito do trabalho: confundir qual recurso cabe em cada fase. Memorizem: conhecimento = recurso ordinário; execução = agravo de petição.

Direito Penal: a sequência mais Previsível

O processo penal é como um roteiro de filme de suspense: tem uma sequência bastante padronizada que raramente muda. Isso é uma vantagem para quem sabe identificar em qual “cena” do filme estamos.

Situação no CasoPalavras-ChavePeça ProvávelObservação Importante
Problemas na Prisão“preso em flagrante”, “sem testemunhas”, “apenas suspeita”Relaxamento de PrisãoPode ser relaxar, revogar ou liberdade provisória
Crime Privado“vítima procurou”, “crime contra honra”Queixa-CrimeAção privada da vítima
Após Denúncia“denúncia oferecida”, “réu citado”Resposta à AcusaçãoPrimeira defesa do réu
Pós-Audiência“após audiência de instrução”Alegações FinaisDefesa final antes da sentença
Após Condenação“sentença condenatória”, “não concorda”ApelaçãoRecurso contra sentença

Direito Administrativo, Constitucional e Tributário: o reino do Mandado de Segurança

Essas três matérias são como irmãs gêmeas: funcionam de forma muito parecida e têm uma peça que reina absoluta sobre elas – o mandado de segurança. 

segunda fase

Em aproximadamente 60% dos casos nessas áreas, quando há conflito com o poder público, a resposta é mandado de segurança.

A lógica é simples: poder público faz algo que você considera ilegal = mandado de segurança. As palavras-chave incluem “ato administrativo”, “autoridade pública”, “direito líquido e certo”, “ilegalidade” e “abuso de poder”.

Direito Empresarial: foco nas Relações Societárias

O direito empresarial é mais direto. 

Cerca de 85% das questões envolvem petições iniciais sobre problemas societários: exclusão de sócios, dissolução de sociedades, recuperação judicial. 

Se a questão fala de empresa em crise ou conflitos entre sócios, provavelmente é petição inicial.

Método prático: o checklist que não falha

Agora que conhecemos a teoria, vamos ao método prático.

Toda questão da segunda fase pode ser resolvida seguindo este roteiro de cinco passos:

Passo 1 – Identifique a matéria 

Parece óbvio, mas muitas vezes a pressa faz candidatos errarem logo no básico. “Reclamação trabalhista” obviamente é direito do trabalho, mas e quando fala de “aposentadoria do servidor público”? É administrativo.

Passo 2 – Ative o Radar de Palavras-Chave 

Procure pelas expressões que identifiquei nas tabelas acima. Se encontrar “quer ajuizar”, estamos no momento inicial. Se aparecer “foi citado”, momento da resposta.

Passo 3 – Identifique a fase (Especial para Trabalho) 

Se for direito do trabalho, determine se estamos falando de conhecimento (descobrir quem tem razão) ou execução (cobrar o que foi decidido). Palavras como “liquidação” e “penhora” indicam execução.

Passo 4 – Observe as Datas com Atenção 

Cuidado com prazos muito antigos…Pode estar intempestivo o que você for fazer.

Passo 5 – Teste a Lógica 

A peça identificada faz sentido com o objetivo? Se querem suspender cobrança de tributo, mandado de segurança faz sentido. Se querem apenas discutir valor, pode ser petição inicial comum.

A mentalidade para a segunda fase

O segredo deste método não está apenas na memorização das tabelas e palavras-chave, mas no desenvolvimento de uma mentalidade investigativa.

Quando você pega uma questão da segunda fase, não se desespere tentando lembrar de todas as regras específicas. Em vez disso, respire fundo e faça as perguntas certas: “Em que momento processual estamos? O que a pessoa quer conseguir? Qual é o próximo passo lógico?”

Lembrem-se sempre: a banca examinadora não está tentando pegá-los com pegadinhas impossíveis. 

Ela quer saber se vocês conseguem raciocinar como advogados. E advogados pensam em termos de linha do tempo processual. 

Quando dominamos essa linha de raciocínio, a identificação da peça correta torna-se uma consequência natural, não um ato de adivinhação.

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