Descubra estratégias eficazes para lidar com a solidão durante a preparação para a OAB e preservar sua saúde mental, com dicas de autocuidado, rotina equilibrada e apoio emocional.
Professor Nathan Osipe
Introdução – Saúde mental
E aí, futuro advogado ou advogada! Vamos falar hoje sobre um convidado imprevisto e indesejado que certamente já apareceu nos seus estudos: a solidão. É muito comum nessa fase o aparecimento de frases como “estou só comigo mesmo”, “ou eu faço por mim, ou ninguém mais vai fazer”, ou ainda “ninguém está nem aí pra mim… Se eu não passar, serei rejeitado”.
Esses sentimentos não são brincadeira. Eles podem ser o gatilho para ansiedade a mil, uma tristeza que te consome, irritabilidade que te impede de focar e, nos casos mais sérios, até quadros emocionalmente patológicos, como um estado depressivo que te paralisa.
Então, a pergunta que fica é: como podemos lidar com essas questões? E, mais do que isso, de que forma podemos re-pensar esse cenário de isolamento, transformando-o em algo mais manejável e até mesmo produtivo?
A chave está em entender que a sua saúde mental é tão – ou mais – importante quanto o seu cronograma de estudos. Bora entender isso?
1. É preciso relacionar-se
Se tem uma coisa que a faculdade de Direito te ensinou é que a vida é feita de vínculos, de conexões. O primeiro ponto que precisa estar claro é: relacionamentos são FUNDAMENTAIS para a saúde mental.
Pensa comigo: você passou os últimos anos (cinco, geralmente!) em um ambiente de constante interação com amigos, professores. De repente, pluft! Você se vê trancado no quarto, muitas vezes sozinho, com a única companhia do seu material. O choque é real, e a gente sente esse impacto.
Existe uma pesquisa muito conhecida, (“Estudo sobre a Felicidade”, ou “Estudo do Desenvolvimento Adulto”, de Harvard) que acompanhou a vida de centenas de pessoas por mais de 80 anos! E a conclusão foi a seguinte: o fator mais determinante para uma vida longa, feliz e saudável é a qualidade dos seus relacionamentos.
Isso mesmo, seus laços afetivos são o seu bem mais precioso!
Por isso, é crucial que você entenda: relacionamentos precisam ser cultivados e vividos, mesmo que de forma adaptada, durante esse período de maior isolamento. É humanamente improvável que alguém consiga manter um ciclo de estudos saudável se simplesmente cortar todos os relacionamentos e se trancar em uma bolha.
A solidão excessiva é, para o nosso cérebro, um sinal de perigo, de desamparo. Ela pode fazer você sentir-se mais julgado – afinal, você não tem com quem compartilhar as suas inseguranças – e, consequentemente, aumentar sentimentos de autocobrança e perfeccionismo. Isso, por sua vez, te leva a um ciclo vicioso de exaustão e improdutividade. Não caia nessa armadilha!
Às vezes, esse isolamento excessivo, inclusive, é uma forma disfarçada de autopunição. Sabe quando você não estudou o quanto gostaria, sente aquela culpa, e aí se “proíbe” de ver os amigos, como se estivesse compensando? É um ciclo tóxico. Em vez de te ajudar a estudar mais, isso só te afasta da energia e do suporte que você precisa para seguir em frente.
2. Prefira vínculos de qualidade à quantidade
“Ah, Nathan, mas se eu gastar energia dando atenção para todo mundo, não tenho tempo para estudar”. Corretíssimo!
Mas eu não disse para você “dar atenção para todo mundo”. Muito pelo contrário. Como já falamos em outras oportunidades, um ciclo de estudos eficiente depende de escolhas conscientes. Isso exige algumas renúncias em prol de uma dedicação maior à prova.
É a nossa querida “arte do possível”. Encontrar o equilíbrio entre fazer as escolhas restritivas que a OAB exige e, ao mesmo tempo, manter relacionamentos que te nutram.
O segredo não é cortar, mas sim privilegiar vínculos de qualidade em detrimento de uma gama de relacionamentos mais superficiais.
Pensa comigo: talvez aquela troca frenética de memes não seja o ideal agora (A gente vai falar mais sobre o lado obscuro das redes sociais já já!). Por outro lado, pode ser muito saudável chamar um ou dois amigos – aqueles que você sabe que te entendem de verdade – para um café, uma conversa. O papo pode ser sobre amenidades, só pra desopilar a tensão, ou para desabafar as suas angústias, sabendo que ali há um porto seguro.
E dentro de casa? Humm, cuidado. Isolar-se dos seus ou travar aquelas batalhas emocionais sobre a convivência doméstica (tipo: invocar os estudos como desculpa para não colaborar nas tarefas da casa) é algo que drena uma energia preciosa que deveria ser usada nos estudos.
Seria muito mais inteligente e saudável firmar bons pactos com os seus. Chame os familiares para uma conversa franca e transparente. Explique a fase que você está vivendo, as dificuldades, a necessidade de concentração. Estabeleçam horários para você estudar isoladamente, sem ser interrompido, e outros momentos em que você, além de fazer a sua parte nas responsabilidades domésticas, estará presente e envolvido nas dinâmicas da casa. Isso aliviará a tensão familiar e te dará paz de espírito e o suporte necessário para focar quando precisar.
3. Redes sociais não matam a solidão, só o seu tempo de estudo
Impossível falar de vínculos e de isolamento sem falar nas redes sociais. Elas prometem conexão, mas, ironicamente, muitas vezes acentuam a solidão. Uma das FALSAS sensações que a gente experimenta ao navegar por elas é a de estar acompanhado, de estar “integrado ao mundo”. Você pode estar lá, sozinho no seu quarto, na cozinha ou até no vaso sanitário, rolando o feed, comentando na postagem daquele influenciador ou mandando memes para um amigo, mas a verdade é que essa interação é, na maioria das vezes, rasa, superficial e não supre a nossa necessidade genuína de contato humano verdadeiro.
E o pior: além potencializar a solidão, as redes sociais são um verdadeiro “buraco negro” de tempo. Você entra para ver um meme divertido, e quando percebe, se passaram duas, três horas da sua vida. Esse tempo, que deveria ser dedicado aos estudos ou a um descanso de qualidade, é roubado sem dó nem piedade. É um ciclo viciante: a dopamina instantânea de uma curtida ou notificação te engana, mas a sensação de preenchimento é efêmera e o vazio retorna rapidamente.
O contato humano real, aquele olho no olho, é insubstituível. Sabe por quê? Porque ele libera ocitocina, um neurotransmissor frequentemente associado ao bem-estar emocional, à redução do estresse, e que potencializa a sensação de calma e segurança. As redes sociais, por outro lado, muitas vezes disparam comparações, medo irracional de perder a próxima trend, e uma ansiedade social que não te ajuda em nada nessa fase já tão estressante.
Em vez de uma solução para a solidão, as redes sociais são um ladrão de tempo de estudo e, pior, não oferecem os benefícios psicológicos do contato social real. Assim, evite usar seu tempo de descanso dos estudos nas redes sociais.
DICA: Troque o scroll infinito por uma caminhada curta, uma xícara de café com alguém da sua casa, ou até mesmo um cochilo rápido. Sua mente e seu desempenho agradecem.
4. Entenda o isolamento como uma fase
Apesar de ser importante cultivar bons vínculos, não se pode negar que a preparação para o exame da OAB exige tempo diário de estudo, e tais momentos não podem ser realizados “na cozinha de casa”, enquanto se conversa com quem está fazendo o almoço.
É preciso, sim, um tempo de isolamento, de concentração plena. Para tanto, você necessita de um ambiente separado, silencioso, e que haja a convicção de que você não será interrompido. Da mesma forma, suas interações sociais estarão, sim, reduzidas.
Uma forma saudável de lidar com isso é compreender que essa é apenas uma fase da sua vida. É um período de sprint, um sacrifício estratégico para alcançar um objetivo maior. Você não vai passar o resto da sua existência nessa dinâmica. A vida é cíclica, essa fase vai passar, e você novamente terá mais margem de tempo para desenhar sua rotina, recuperar atividades que por um período ficaram suspensas.
Todas as conquistas exigem momentos de dedicação, de abdicação, de renúncia.
Abrir mão parcialmente de algumas dinâmicas sociais (preservando outras!) é parte de um processo de amadurecimento para a conquista dos seus objetivos. Lembre-se de que certos esforços valem muito a pena.
5. Seus estudos podem ser menos solitários
E se a gente te dissesse que você não precisa enfrentar essa jornada sozinho? Que seus estudos para a OAB podem ser, sim, menos solitários? Muita gente se joga nessa empreitada sem um apoio estruturado e acaba sentindo ainda mais o peso da solidão e da incerteza.
Mas a boa notícia é que você pode contar com um acompanhamento personalizado para seus estudos! Aqui no Estratégia OAB, por exemplo, temos o programa de coaching, que é um verdadeiro divisor de águas para muitos estudantes. Nele, uma estratégia individual de estudos é cuidadosamente desenhada, levando em conta suas peculiaridades, seus pontos fortes, seus pontos fracos e suas necessidades específicas. Não é uma receita de bolo, é um plano feito sob medida para você!
Além disso, o programa oferece encontros periódicos com nossos professores especialistas. Pensa na diferença que faz ter alguém para ajudar a ajustar sua rotina quando você se sente perdido ou desmotivado, e para te dar aquela orientação estratégica que só quem já passou por isso e domina o caminho pode oferecer.
Para saber mais, é só clicar no link a seguir:
Conclusão – Saúde mental
Não é errado dizer que a vida de estudos tem uma cota de isolamento e solidão. Por outro lado, isso não significa que a vida precisa ser cinza durante a sua preparação para o exame da OAB.
Se você observar e aplicar as dicas acima, você terá a capacidade de manter vínculos afetivos de qualidade, ao mesmo tempo em que vive sua jornada intensa de estudos. Essa não é uma dicotomia de “ou estudo ou vivo”; é uma integração inteligente e uma preservação da sua saúde mental.
Lembrem-se: relacionamentos de qualidade não são um luxo, mas sim potencializadores da sua saúde mental. Eles contribuem diretamente para a redução do estresse (que, vamos ser sinceros, é gigantesco nessa fase!) e, acredite, para o aumento do seu rendimento nos estudos. Uma mente saudável é uma mente que aprende e performa melhor!
Um abraço e até a próxima!
Professor Nathan Osipe
REFERÊNCIAS
Cunha, M.; Osipe, N.; Almeida, V. R. Cultivando relacionamentos saudáveis. Joinville: Manuscritos Editora, 2019.
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