Como montar o texto perfeito na 2ª fase da OAB – dicas para uma boa escrita!

Como montar o texto perfeito na 2ª fase da OAB – dicas para uma boa escrita!

Introdução

Está na 2ª fase da prova da OAB e ainda se sente inseguro na hora de redigir a peça, não conseguindo passar para o papel de forma clara e coesa as suas ideias? Domina o conteúdo da área escolhida, mas ainda se perde no momento da redação dos parágrafos, das frases e de formular respostas curtas e diretas nas questões dissertativas? Então fique ligado pois essas dicas são para você!

Passando para o papel as suas ideias

No momento da elaboração da peça prático-profissional, ou ainda na redação das respostas das questões dissertativas, a primeira dificuldade é passar para o papel tudo o que está em sua mente e que deverá compor as suas respostas.

Nesse momento, uma dica valiosa é a de inserir no rascunho as palavras-chave da sua peça, apontando aquilo que é imprescindível e que não pode faltar de jeito nenhum na fundamentação.

Faça uma lista mesmo das principais palavras, de preferência, na ordem que deverão ser desenvolvidas na peça. Coloque tudo que vem a sua mente, para não correr o risco de esquecer algo, e apenas depois olhe para aquela lista e comece a elaborar melhor a sua redação.

Estruturação de frases

Com a lista de palavras-chave já montada em seu rascunho, o próximo passo será a elaboração de frases curtas.

Dica valiosa: NÃO elabore frases muito longas, pois, além de se perder na hora de redigir, ainda torna, para o leitor, um texto cansativo e muitas vezes não compreensivo. Você não quer que o examinador da 2ª fase da OAB desista de ler o seu texto porque se cansou ou não entendeu, não é mesmo?

Então, estruture frases curtas: melhor pecar pelo excesso de frases curtas do que correr o risco de não ser compreendido. As frases terão ligação direta com as palavras-chaves que já listou anteriormente, a fim de dar uma sequência lógica de ideias ao seu texto.

Estruturação de parágrafos

Assim como a elaboração das frases, a estruturação de parágrafos também é importante e deve seguir a regra do “menos é mais”, devendo elaborar parágrafos igualmente curtos. Tenha como parâmetro os temas das frases elaboradas acima.

O ideal é que para cada conjunto de ideias que devem permanecer juntas haja a elaboração de um parágrafo distinto. Entenda: um texto dividido em inúmeros parágrafos traz maior fluidez ao texto.

Coesão e coerência no texto

Todo texto precisa ser coeso e coerente. Ou seja, a coerência se liga a ideia de lógica no texto, a fim de se evitar contradição, ao passo que a coesão nada mais é do que a promoção da “costura do texto”, representando o encadeamento de parágrafos para coordenar as ideias, a fim de assegurar a continuidade de sentido, com a utilização dos chamados conectivos.

Conectivos

A fim de promover um encadeamento de ideias entre frases ou ainda entre parágrafos e dar coerência e coesão ao texto, existem algumas palavrinhas mágicas que salvam vidas e que devem ser utilizadas sempre no início de frases ou parágrafos, são os chamados conectivos.

Os conectivos possibilitam a conexão de elementos da língua, a fim de que possamos nos expressar de forma satisfatória, representam ferramentas que nos permitem relacionar as ideias de forma clara e organizada. A fim de auxiliar, segue uma lista rápida de conectivos que poderá utilizar na sua prova:

  • Conectivos de adição: e, nem, não só, mas também;
  • Conectivos de alternância: ou, nem … nem, quer … quer, seja … seja, ou … ou, ora … ora;
  • Conectivos de causa: como, visto, visto que, porque, pois, porquanto, por causa de, devido a, em vista de, em razão de, já que, uma vez que, dado que;
  • Conectivos de comparação: como, como se, assim como, tal como, qual;
  • Conectivos de condição: se, caso, salvo, a não ser que, a menos que, exceto, contanto que;
  • Conectivos de conclusão: logo, portanto, então, assim, pois;
  • Conectivos de conformidade: conforme, consoante, segundo, como, de acordo com, em conformidade com;
  • Conectivos de consequência: tão, tal, tamanho, de modo que, de forma que, de sorte que, de maneira que, tanto que, por conseguinte;
  • Conectivos de finalidade: para, para que, a fim de que, a fim de, com o propósito de, com a intenção de, com o intuito de;
  • Conectivos de oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, todavia;
  • Conectivos de proporção: à medida que, à proporção que, ao passo que;
  • Conectivos de tempo: quando, enquanto, mal, logo que, antes que, assim que, desde que, cada vez que, sempre que.

Clareza do texto

O texto deve sempre trazer ideias claras, para que quem lê possa compreender o que de fato está sendo passado pelo escritor, bem como diretas, concisas, sem muito rebuscamento, a fim de auxiliar o seu entendimento. Deve-se utilizar de linguagem simples, clara e direta, evitando a utilização do juridiquês e de um português muito rebuscado, que pode mais atrapalhar do que ajudar!

O juridiquês é um neologismo em voga no Brasil para designar o uso desnecessário e excessivo do jargão jurídico e de termos técnicos de Direito. Utilizava-se este termo como chacota para nomear o linguajar rebuscado dos operadores do Direito, pois a linguagem extremamente técnica não é mais bem vista! Assim, deve-se evitar na sua 2ª fase da OAB! Não se utilize de gírias e de jargões.

Impessoalidade e objetividade

Seja na elaboração da peça prático-profissional ou nas respostas às questões dissertativas, no texto deve estar presente a impessoalidade e a objetividade, com a utilização da terceira pessoa do discurso (no singular ou no plural), NUNCA se utilizando da primeira pessoa.

Além disso, não se deve promover impressões pessoais no texto. Deve ser um texto desprovido de opiniões, não deve haver subjetividades (preconceitos e adjetivos). Evitar as expressões: é evidente, é óbvio, é natural etc.

Utilização da norma culta – português padrão

Uma dica valiosa ao estudar para a 2ª fase da OAB é sempre ter um dicionário (de português e um jurídico) do seu lado, a fim de tirar dúvidas sobre eventuais palavras, bem como trazer maior diversidade de palavras no seu texto (sinônimos, antônimos etc.).

Texto

Assim, mesmo que se tenha que evitar o juridiquês, isso não implica que deva ser desleixado com relação ao português. Deve-se sempre que possível se utilizar da norma culta, do denominado português padrão, evitando, assim, termos coloquiais, rebuscamentos, neologismos, regionalismos, metáforas, figuras de linguagem etc.

Abreviaturas

Ao se utilizar de abreviaturas, algo muito comum no texto jurídico, fazê-lo pela primeira vez no texto de modo a trazer a designação completa por extenso e nas próximas vezes que for se referir àquela sigla em questão poderá ser de forma abreviada. Exemplo: Supremo Tribunal Federal (primeira vez no texto), depois poderá trazer apenas STF.

Em resumo

Em resumo, a clareza e a organização são as palavras-chave para que um texto alcance seu propósito de comunicação. Isso porque, se não formos claros, nossos leitores não entenderão a nossa mensagem. Assim, infelizmente, o objetivo de nossa produção textual não terá sido alcançado. Claro que não queremos isso, afinal, o examinador tem que entender tudo aquilo que você escreveu, promovendo uma comunicação eficaz!

Espero que essas dicas te auxiliem para uma boa elaboração da sua peça prático-profissional!

Um grande abraço e uma boa prova,

Profa. Verônica Rodrigues Tagliari


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