1ª Fase da OAB 44: entenda o padrão da FGV e como usar essa análise para passar na próxima prova

1ª Fase da OAB 44: entenda o padrão da FGV e como usar essa análise para passar na próxima prova

Descubra a análise completa da 1ª fase da OAB 44 e o que o exame revelou sobre o padrão de cobrança da FGV. Entenda tendências e prepare-se!

Por Professora Bruna Vieira – Estratégia OAB

A 1ª fase do 44º Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) trouxe mais uma amostra clara do perfil da Fundação Getulio Vargas (FGV): uma prova técnica, contextualizada, interdisciplinar e com forte ênfase na interpretação e no raciocínio jurídico.

Se você prestou essa edição, já deve ter sentido o peso dessas características. E se está se preparando para o 45º Exame, precisa entender o que esse modelo de cobrança revela sobre o padrão da banca — e, principalmente, como adaptar sua preparação a ele.

Fica comigo até o final deste artigo, porque vamos analisar o que a FGV quis comunicar no 44º Exame, quais tendências ela manteve e o que isso significa para sua aprovação.

A reafirmação de um perfil: técnico, interpretativo e integrado

A prova da FGV nunca se propôs a testar apenas memorização. Mas, no 44º Exame, isso ficou ainda mais evidente. O exame apresentou questões longas, densas e contextualizadas, que exigiam do candidato não apenas o conhecimento literal de normas, mas a compreensão da lógica jurídica por trás delas.

As perguntas, em sua maioria, partiam de situações concretas, extraídas de problemas do cotidiano da advocacia pública e privada. O candidato precisou analisar fatos, identificar fundamentos normativos aplicáveis e articular princípios e regras de diferentes ramos do Direito para chegar à resposta correta.

1ª fase da OAB 44

RESUMINDO! A FGV quis saber se o examinando pensa como advogado. Isso significa interpretar, correlacionar e aplicar o Direito e não apenas reproduzir a letra fria da lei.

A interdisciplinaridade voltou com força total

Uma das marcas mais evidentes do 44º Exame foi a interdisciplinaridade.
Ela não é novidade, mas nesta edição apareceu de forma mais estruturada e intencional, confirmando uma tendência que deve se repetir no 45º Exame.

O edital permite expressamente a elaboração de questões interdisciplinares, e a FGV tem usado essa liberdade para avaliar a capacidade do candidato de compreender o Direito como um sistema, não como um conjunto de compartimentos estanques.

A seguir, alguns exemplos concretos extraídos da prova que ilustram bem essa tendência:

Ética Profissional e Direito Empresarial

Uma questão envolvia uma sociedade de advogados que pretendia exercer atividade comercial. O examinando precisou dominar tanto o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94), que veda essa prática, quanto as regras de Direito Societário, compreendendo a natureza jurídica das sociedades simples e empresárias.

Filosofia do Direito e Constitucional

Em uma questão que, à primeira vista, parecia puramente filosófica, a FGV trouxe uma reflexão sobre o conceito de “casa” e o princípio da inviolabilidade do domicílio previsto no art. 5º, XI, da Constituição Federal. Embora o tema seja clássico de Direitos Fundamentais, a banca cruzou-o com interpretação filosófica da norma, exigindo análise semântica e principiológica, coerente com o perfil analítico da FGV.

Constitucional, Consumidor e Administrativo

Outra questão tratou da negativação indevida realizada por uma sociedade de economia mista. O candidato precisou identificar:

  • A natureza jurídica da entidade (Administração Indireta);
  • A aplicabilidade do CDC;
  • E a competência jurisdicional adequada para resolver o conflito.

Um verdadeiro exercício de integração normativa, no qual a resposta dependia de articular os três ramos do Direito.

Constitucional e Administrativo

Ainda na parte inicial da prova, uma questão abordou a requisição administrativa, forma de intervenção do Estado na propriedade privada.
Curiosamente, o tema apareceu no bloco de Direito Constitucional, e não em Administrativo, reforçando que a FGV não se prende à estrutura tradicional das disciplinas, mas privilegia a coerência material do tema.

Processo Civil e Administrativo

Outra questão trouxe um cenário envolvendo ações indenizatórias e a penhora de bens de entidades da Administração Indireta, pedindo do candidato o discernimento sobre a responsabilidade patrimonial e as imunidades processuais dessas pessoas jurídicas.

Consumidor e Administrativo

O diálogo entre os dois ramos apareceu também em questão que envolvia a Anvisa e publicidade enganosa, misturando a função regulatória da Administração Pública com o direito à informação e proteção do consumidor.

Trabalho, Civil e Previdenciário

Por fim, uma questão uniu três áreas (Trabalho, Civil e Previdenciário) em um caso único, exigindo a compreensão das repercussões contratuais e previdenciárias de uma relação laboral.

Esses exemplos mostram que a FGV tem apostado em situações jurídicas realistas, nas quais o Direito aparece como um sistema interconectado, e não como uma coleção de regras isoladas.

Quem entende essa dinâmica tem vantagem: a prova valoriza o candidato que enxerga o todo, identifica relações entre normas e interpreta o Direito com base em fundamentos sistêmicos.

Temas recorrentes e reaproveitamento de padrões

Outro ponto que chama atenção, e que deve ser explorado estrategicamente, é a recorrência de temas entre exames consecutivos.

Ao comparar o Exame 43 e o Exame 44, é possível perceber uma clara reutilização de tópicos, ainda que em contextos diferentes.

A FGV mantém uma linha temática constante, alterando apenas a forma de apresentação do problema. Isso significa que o candidato que resolve provas anteriores não apenas treina o estilo da banca, mas antecipa tendências reais.

Veja alguns exemplos:

  • Responsabilidade civil do Estado voltou a ser cobrada, mas agora sob o enfoque da culpa administrativa.
  • Sociedades empresárias e contratos públicos reapareceram, com novos detalhes normativos.
  • Competência e legitimidade em ações coletivas foram retomadas em nova roupagem.
  • Ética Profissional seguiu firme, com uma questão praticamente idêntica à do exame anterior sobre a utilização da carteira da OAB como documento oficial.

Essas repetições confirmam que a FGV trabalha com núcleos temáticos estruturantes, o que reforça a importância da revisão dirigida e estratégica de provas anteriores.

Estratégias práticas para o 45º Exame da OAB

A análise do 44º Exame oferece lições valiosas para quem está se preparando para o próximo. Aqui estão quatro diretrizes que podem orientar seus estudos:

  1. Estude de forma integrada.
    As disciplinas não são caixas fechadas. Quando revisar Direito Administrativo, por exemplo, pense também nos reflexos constitucionais e civis dos temas tratados. Essa abordagem sistêmica é exatamente o que a FGV cobra.
  2. Desenvolva leitura e interpretação refinadas.
    Muitas questões se resolvem com a percepção de uma única palavra-chave ou nuance conceitual. Treine a leitura analítica e evite resolver questões de forma apressada.
  3. Refaça provas anteriores.
    Cerca de um terço das questões da 1ª fase do 44º exame envolveu temas reaproveitados de edições anteriores. Dominar o repertório da FGV é dominar sua lógica de cobrança.
  4. Participe de simulados interdisciplinares.
    Eles te ajudam a raciocinar de forma integrada, a identificar lacunas de raciocínio jurídico e a pensar como a banca pensa, o passo mais próximo da aprovação.

A mensagem por trás da prova – 1ª fase da OAB 44

O 44º Exame da OAB deixou um recado cristalino: decorar lei não basta. A FGV quer o candidato que entende o sistema jurídico, que articula princípios e normas, e que consegue visualizar as consequências práticas de suas respostas.

Isso muda completamente a forma de estudar:

📚 Não estude por compartimentos.
📚 Busque compreender o funcionamento do Direito como sistema.
📚 Valorize o raciocínio e a interpretação.

Quem internaliza esse método não apenas acerta mais questões, mas chega à 2ª fase com segurança, estratégia e consciência jurídica.

Conclusão – Análise da 1ª fase da OAB 44

A análise da 1ª fase da OAB 44 confirma a consolidação do padrão FGV: provas contextualizadas, integradas e inteligentes. Mais do que decorar, o candidato precisa pensar juridicamente, relacionar normas e compreender a lógica dos institutos.

A FGV vem reforçando, a cada exame, a importância de um estudo reflexivo, sistemático e interdisciplinar. Quem reconhece essa estrutura e se prepara com base nela, está um passo à frente da concorrência.

Por fim, continue acompanhando os conteúdos escritos do Estratégia OAB,
e, claro, os vídeos no canal, onde destrinchamos cada detalhe das provas e transformamos teoria em estratégia real de aprovação.

Até o próximo artigo e bons estudos,

Professora Bruna Vieira.

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