Descubra como o rascunho pode ser seu aliado para se acalmar na 2ª fase da prova. Aprenda técnicas simples para controlar a ansiedade.
Olá, pessoal! Hoje o assunto é o controle emocional na segunda fase da OAB!
Vamos falar um pouco sobre como lidar com o nervosismo e como utilizar algumas ferramentas (como o seu rascunho) podem nos ajudar a ter mais calma durante a prova.
A segunda fase da OAB é, sem dúvida, um dos momentos mais desafiadores na jornada de qualquer futuro advogado. É um desafio que exige muito mais do que apenas o domínio do Direito. Ela testa sua capacidade de raciocínio sob pressão, sua organização, sua clareza na escrita e, acima de tudo, seu equilíbrio emocional.
Por isso, vamos pensar juntos em algumas dicas para superar o nervosismo e realizar a prova com mais tranquilidade.
Como você age no início da prova é fundamental
Pense comigo: você entra na sala, pega a prova, e o coração já está a mil. A adrenalina sobe, a mente começa a disparar. Nesse instante, na busca por aliviar a pressão, a tendência natural é querer “despejar” tudo o que se sabe no papel, o mais rápido possível.
Pois é justamente aí que mora o perigo. A pressa, a ansiedade e a falta de clareza podem levar a erros bobos, a respostas incompletas ou mal estruturadas, que comprometem todo o seu esforço.
É como tentar correr uma maratona sem aquecer. Você pode até ter energia, mas o risco de uma lesão é enorme. No caso da prova, a “lesão” pode ser uma resposta equivocada, uma peça mal elaborada, ou simplesmente não conseguir expressar o seu raciocínio de forma clara e objetiva. E o pior, esses erros iniciais podem gerar uma espiral de autocrítica e desânimo, que afetam toda a sua confiança para o restante da prova. É um ciclo vicioso que precisamos quebrar.
O Rascunho: Seu aliado para o controle do nervosismo
E se eu te dissesse que existe uma ferramenta simples, mas muito eficaz, de aliviar o seu nervosismo logo no início da prova? Estou falando do rascunho! Sim, aquele espaço em branco pode ser um aliado fundamental para o controle daquela ansiedade que aparece no início da prova.
Imagine o seu rascunho como um “primeiro encontro” com a prova, no qual você não tem compromisso com a perfeição ou precisão. É um lugar para descarregar a angústia inicial, colocar as ideias em ordem, rabiscar suas primeiras impressões, palavras soltas, esquemas, setas.
É o seu espaço para “pensar em voz alta” no papel.
Essa simples ação de transpor o caos mental para o papel já começa a organizar o pensamento e, consequentemente, a acalmar a mente.
Isso tem uma base neurocientífica: quando estamos ansiosos, nosso cérebro entra em modo de “luta ou fuga” e o córtex pré-frontal, que lida com o raciocínio lógico e a tomada de decisões, fica prejudicado. Por sua vez, ao rascunhar, você ativa o seu córtex pré-frontal. A ação de escrever, mesmo que de forma desorganizada inicialmente, força seu cérebro a processar informações de maneira mais estruturada, diminuindo a resposta de ansiedade.
O ato de rascunhar torna-se um verdadeiro mapeamento do seu raciocínio.
Para a peça prático-profissional, por exemplo, você pode esboçar a estrutura, identificar as partes, os pedidos, os fundamentos.
Já nas questões dissertativas, pode começar listando os pontos-chave que precisam ser abordados, os artigos de lei relevantes, os princípios jurídicos aplicáveis.
Fazer isso permite que você visualize a totalidade da sua resposta antes de se comprometer com o caderno definitivo. Além disso, ao escrever de forma menos comprometida, você acaba se habituando com o “estar em prova”, diminuindo a sensação de estranhamento e ansiedade.
Estratégias práticas para um rascunho eficaz
Entender a importância do rascunho para o controle da ansiedade não significa sair “rascunhando” de qualquer jeito. Há cuidados que são essenciais.
Assim, vamos às estratégias práticas para usá-lo de forma eficaz na 2ª fase da OAB:
1. Comece pela peça: o início da prova, apesar do nervosismo, é a hora em que nosso tanque de energia está cheio. Assim, aproveite para fazer a parte mais importante, que vale metade de toda a nota da prova;
2. Leia o enunciado com cautela: o reconhecimento da peça acontece aos poucos. É muito importante você “não se casar” com a primeira hipótese que vier ao ler o enunciado. Recomendo que você leia o enunciado ao menos três vezes: uma primeira leitura de reconhecimento do caso, sem nenhuma anotação; uma segunda tomando nota dos pontos principais, e uma terceira mais pausada, tomando nota dos detalhes;
3. “Descarregue” e estruture: agora vamos ao rascunho propriamente dito. Não tente escrever a resposta completa. Comece colocando as ideias principais, ainda que fora de ordem, como uma forma de aliviar a ansiedade. Em seguida, organize o esqueleto: estrutura da peça, argumentos, artigos de lei. Por fim, se entender necessário (e cabível no tempo de prova), teste alguns argumentos, esboçando frases que estarão na sua fundamentação.
4. Faça o mesmo com as questões: assim como na peça, faça uma leitura cuidadosa do enunciado (mais de uma vez), descarregue as ideias iniciais no rascunho e, após, crie a estrutura da sua resposta.
5. Gerencie o Tempo: Reserve um tempo específico para o rascunho. Para a peça, 30-40 minutos. Para as questões, talvez 10-15 minutos. Não gaste tempo demais, mas também não o subestime. Além disso, use símbolos e abreviações para otimizar a sua escrita. Lembre-se: o rascunho não precisa ser bonito.
DICA EXTRA: Teste a utilização do rascunho durante a sua preparação final. Isso te deixará mais habituado ao passo-a-passo acima.
Outras dicas para o controle do nervosismo
Embora o rascunho seja um segredo poderoso, ele faz parte de um conjunto maior de estratégias para o controle do nervosismo.
- Aceitação: É normal sentir um certo nível de nervosismo. Não lute contra ele. Aceite que ele faz parte do processo, mas não deixe que ele te domine. Essa aceitação diminui a intensidade da emoção;
- Respiração consciente: Antes de começar a prova, e sempre que sentir a ansiedade subir, faça algumas respirações profundas. Inspire lentamente pelo nariz, segure por alguns segundos e expire devagar pela boca. Isso ativa o sistema nervoso parassimpático, responsável pelo relaxamento.
- Faça pequenas pausas: Se sentir que está perdendo o foco ou ficando sobrecarregado, faça uma pausa. Olhe para um ponto fixo na sala, beba um gole de água, vá ao banheiro. Pequenos “resets” podem fazer uma grande diferença.
Conclusão
A aprovação na OAB é o resultado de muito estudo, dedicação e, sim, inteligência emocional. O rascunho pode ser o seu grande aliado para transformar a ansiedade em clareza, o caos em organização e o medo em confiança. Ele te dá permissão para errar antes de acertar, para pensar antes de escrever, para se acalmar antes de agir.
Não subestime o poder de uma estratégia simples, mas profundamente eficaz. Use o rascunho a seu favor, e você verá que o controle do nervosismo se tornará uma realidade.
Referências:
Brandão, M. L., Vianna, D. M., Masson, S., & Santos, J.. (2003). Organização neural de diferentes tipos de medo e suas implicações na ansiedade. Brazilian Journal of Psychiatry, 25, 36–41. https://doi.org/10.1590/S1516-44462003000600009;
Esperidião-Antonio, V., Majeski-Colombo, M., Toledo-Monteverde, D., Moraes-Martins, G., Fernandes, J. J., Assis, M. B. de ., & Siqueira-Batista, R.. (2008). Neurobiologia das emoções. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 35(2), 55–65. https://doi.org/10.1590/S0101-60832008000200003.
Bons estudos e sucesso na sua prova!
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